AVIFAUNA da Coudelaria de Rincão e Campo de Instrução de Rincão
A Coudelaria de Rincão e Campo de Instrução de Rincão está situada no bioma Pampa e possui uma área de mais de 15 mil hectares. Essa apresenta uma composição de campos com vegetação herbácea nativa, presença de banhados, trechos de matas arbustivas e de matas ciliares ao redor de arroios e do Rio Icamaquã.
A observação de aves além de ser desenvolvida por pesquisadores vem sendo feita também por cidadãos como um hobby, popularmente conhecido como birdwatching. As informações geradas tornam-se uma ferramenta de grande valia para sociedade científica, pois os mesmos são utilizados como indicadores biológicos do manejo do meio ambiente.
Com um pouco mais de um ano de observação foram observadas 203 espécies de aves, distribuídas em 57 famílias, o que representa mais de 60% das famílias registradas no estado do Rio Grande do Sul.
Dentre as espécies observou-se a ocorrência de espécies típicas da região, como o Gavião-caboclo, Irerê, Pica-pau-verde-barrado, Perdiz e Calhandra. Destaca-se a ocorrência de Tucanuçu e Caburé na sede da Coudelaria de Rincão.
Foi registrada a ocorrência de espécies com comportamentos migratórios como Tesoura-do-brejo, Príncipe, Tesourinha, Pedreiro-dos-andes e Caboclinho-branco.
Espécies ocorrentes em áreas conservadas, foi registrado nas áreas da Coudelaria o Pato-do-mato, bem como, o Papa-moscas-canela, espécie essa quase ameaçada de extinção.
Com os dados preliminares fica constatado uma considerável diversidade de espécies, incluindo a ocorrência de espécies bioindicadoras de áreas preservadas. Fato este relacionado diretamente ao tamanho da área da Coudelaria, bem como por ser uma área onde é proibido a caça predatória. Assim, a Coudelaria e Campo de Instrução de Rincão consiste em um ecossistema de extrema importância ambiental para o bioma Pampa.
Adendo da Fauna
Com a observação de aves é possível registrar também a ocorrência de outras espécies de animais. Assim foi registrado o Tamanduá-Mirim (Tamandua tetradactyla) e diversos indivíduos de Veado-Campeiro (Ozotoceros bezoarticus). Ambas espécies são classificadas como Criticamente em Perigo no Estado do Rio Grande do Sul, com elevado risco de extinção na natureza.