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Introdução

Das Coudelarias

Coudelaria - conceito

 

Atualmente entende-se como Coudelaria o estabelecimento ou posto de procriação de raças cavalares em processo de aperfeiçoamento ou treinamento.

A origem do vocábulo “coudelaria” origina-se de capitão, ou mais precisamente de coudel que significava capitão de cavalaria e que derivou em chefe de estabelecimento onde se criam cavalos. Ambas as palavras vêm do latim caput, significando cabeça, com a conotação de chefia.

 

Introdução

 

Em 29 de Julho de 1819, o Rei D João VI determinou a criação do “Estabelecimento de Manadas Reais”, para guardar as manadas de cavalos que estavam sendo trazidas de Portugal para a colônia. Em 1816, deram início as adaptações para fundação da Coudelaria Imperial de Cachoeira do Campo, o que se deu a 29 de julho de 1819, transformando o local no maior centro criador de cavalos de raça da província, partindo dali a gênese de algumas das raças mais apreciadas no Brasil e no exterior.

Posteriormente, outras importações de cavalos ocorreram, em 1821 cavalos da Áustria, pela Imperatriz D. Leopoldina e em 1825 cavalos ingleses, para a coudelaria de Cachoeira do Campo.

Durante muito tempo, os cavalos formaram a força de tração para peças de artilharia, transporte de carga e pessoal, e principalmente como força de combate, através da interação homem/cavalo, em muitos combates a temida “Carga de Cavalaria” causava temor nos campos de batalha. Para atender toda essa demanda, houve um período na História do nosso Exército em que existiam várias Unidades de criação, tais como Granjas Militares, Remontas dos Corpos de Tropa e as Coudelarias, entra as quais destacaram-se:

 

  • COUDELARIA DE AVELAR/ RJ

 

Uma das mais conhecidas coudelarias da região sul fluminense foi instalada no distrito de Avelar, em Paty do Alferes, tendo como apoio um posto de atendimento da rede ferroviária alocado praticamente defronte da Fazenda Pau Grande.

Esta parada ferroviária foi inaugurada em 1903 pela Estrada de Ferro Central do Brasil em terras doadas pelos descendentes do Visconde de Ubá (Joaquim Ribeiro de Avelar Filho), sendo batizada com o mesmo título daquela grande propriedade.

Em 1928, grande parte das terras que circundavam a pequena estação já estavam inseridas no patrimônio da ferrovia, razão pela qual mais tarde (cerca de 1940) teve o nome trocado para General Zenóbio da Costa.

A parada Zenóbio da Costa, da qual praticamente nada resta, fazia limite com o Campo de Instrução D. Pedro II, pertencente ao 32º Batalhão de Infantaria de Petrópolis, para atender à Coudelaria de Avelar, bem mais conhecida como Remonta, servindo, através de uma rampa, para embarque de cavalos destinados à entrega em quartéis e casernas apropriadas do Rio de Janeiro e para recebimento de víveres e de outros animais remetidos à Remonta para avaliação clínica, tratamentos veterinários e treinamento.

A Coudelaria de Avelar foi desativada em 1974, foi então executado o plano de transporte dos animais nela existentes para a Remonta de Pouso Alegre/ MG, sendo que cerca de 140 animais seriam depois transferidos para as coudelarias de Tindiquera/ PR e  Nacional de Rincão/ RS.

 

  • COUDELARIA DE POUSO ALEGRE/MG

 

A área onde localizava-se a Coudelaria de Pouso Alegre e também o 2º/4º Regimento de Obuses-105 foi cedida à Prefeitura Municipal de Pouso Alegre, para a abertura de uma avenida que deu acesso às rodovias federais Fernão Dias e Ouro Fino.

Foi extinta através do Decreto nº 75.406, de 24 de fevereiro de 1975.

 

  • COUDELARIA DE TINDIQUERA/PR

 

Local onde surgiu o atual município de Araucária, onde chegaram os primeiros habitantes. A Coudelaria de Tindiquera mantinha um núcleo de reprodutores e produtos Anglo-Bretões, através do seu plantel de reprodutores Puro Sangue Bretão Postier (PSBP) e os Anglo-Bretões (AB) raças apropriadas para tração animal.

Após a extinção das Coudelarias de Campos/ RJ, Pouso Alegre/ MG e Avelar/ MG, a Coudelaria de Tindiquera recebeu um lote apreciável de PSBP e AB, possuía ainda exemplares da raça Puro Sangue Inglês (PSI).

Através do Decreto nº 75.406, de 24 de fevereiro de 1975, foi extinta a Coudelaria de Tindiquera. Atualmente a área pertence à Petrobras.

 

  • COUDELARIA NACIONAL DE CAMPO GRANDE/MS

 

A Coudelaria de Campo Grande possuía uma área de 3.600 ha, com apreciável população civil, foi a responsável pelo fornecimento de cavalos para os Regimentos subordinados à 4ª Divisão de Cavalaria: 10° RC, 11° RC e 17° RC, na fronteira com o Paraguai.

Através do Decreto nº 75.406, de 24 de fevereiro de 1975, foi extinta a Coudelaria Nacional de Campo Grande. Atualmente a área pertence EMBRAPA, onde funciona a Unidade de Pesquisa - EMBRAPA gado de corte.

 

  • COUDELARIA DE MONTE BELO/MG

 

Em 1918, o então Ministério da Guerra instalou a Coudelaria de Monte Belo. Em 1966 passou a se denominar Campo de Instrução de Juiz de Fora. Em 6 de agosto de 2012, através da Portaria nº 611, o Comandante do Exército concedeu a denominação de Campo de Instrução de Juiz de Fora e Centro de Educação Ambiental e Cultura, trazendo consigo a importante missão de contribuir com a política ambiental da Força Terrestre, pois além de oferecer sua área para o adestramento das unidades da 4ª Brigada de Infantaria Leve – Montanha, ainda prepara assessores ambientais, gera produtos de Educação Ambiental e Cultura, preservando o patrimônio histórico.

 

  • COUDELARIA NACIONAL DE SAYCAN/RS

 

Instalada no município de Rosário do Sul/ RS.

Em 1814, o Capitão Francisco Borja de Almeida Corte Real, pediu ao Governador da Província de São Pedro, Dom Diogo de Souza, concessão de terras de sesmaria do Rincão de Saycan, não chegando, entretanto, a concluí-lo.

Em 1870, foram trazidos para a região cerca de 35.000 cavalos, remanescentes do Exército em operação na Guerra do Paraguai.

Victorino José Carneiro Monteiro, o Barão de São Borja, no ano de 1872, dirigiu carta ao Presidente da Província de São Pedro, contestando a posse do Rincão de Saycan pela referida Província, e solicitando uma Administração Militar na área.

No ano seguinte, foi instalada uma administração militar no Rincão de Saycan, que passa a se chamar Fazenda Nacional de Saycã, e nomeado como Comandante, o Ten Serafim Machado da Rocha, que trouxe para o serviço 40 clavineiros e 40 lanceiros.

Em 1878, por ordem do Ministro da Guerra, Mal Manoel Luis Osorio, os campos foram cercados por fortes aramados e expulsos todos os intrusos da área.

O ano de 1898 é marcado pela chegada do primeiro médico veterinário, Dr Antônio Rodrigues Paim.

A Coudelaria Nacional de Saycan foi criada no ano de 1922, visando o ressurgimento da produção equina. Em 1951, através do Decreto nº 29.915, de 24 de agosto, a então Coudelaria Nacional de Saican foi transformada em Campo de Instrução do Exército, recebendo a atual denominação Campo de Instrução Barão de São Borja (CIBSB), passando a ser subordinado a 3ª Região Militar em 1960, permanecendo até os dias atuais.

 

  • COUDELARIA NACIONAL DE RINCÃO RS

 

Em 10 de novembro de 1922, o Presidente Epitácio Pessoa por meio do Decreto nº 15.796 aprovou o regulamento das Coudelarias Nacionais, constituídas na época pela Coudelaria e Fazenda Nacional do Saycan, localizada no município de Rosário do Sul/ RS, e sua dependência, o Rincão de São Gabriel, localizado no município de São Borja/RS.

Pelo mesmo Decreto, em 1922, o Rincão de São Gabriel passou a ser chamado de Coudelaria Nacional de Rincão, tendo como missão a produção de equinos para o Exército Brasileiro.

O animal nº 100, de nome Rascão Saycan, foi o primeiro exemplar da raça árabe da Coudelaria Nacional de Rincão, adquirido em 1934.

Através do decreto nº 75.406, de 24 de fevereiro de 1975, foi extinta a Coudelaria Nacional de Rincão e todo o seu acervo de animais foi transferido para a Coudelaria de Campinas/SP.

 

  • COUDELARIA NACIONAL DE CAMPINAS/SP

 

A Coudelaria de Campinas teve sua origem na Fazenda Serra D’água, fruto da doação do governo do estado de São Paulo para a União de uma área de aproximadamente 150 alqueires. Fundada em 1938, batizada de Fazenda Remonta, ocupava uma área de 7,12 milhões de metros quadrados, dos quais 1,8 milhão está em Valinhos.

A Fazenda Remonta servia especialmente para atender a demanda do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas – “Regimento Dragões da Independência.

Também era especializada na criação de reprodutores PSI, os quais além de atender as necessidades da Força Terrestre, eram ainda vendidos na exposição do Jockey Club de São paulo, através de leilões, revertendo o numerário para a União.

Funcionou como Coudelaria até 1986, quando foi extinta e seu plantel transferido para o Campo de Instrução do Rincão/RS.

Nos dias de hoje a Coudelaria de Campinas funciona como Campo de Instrução para  adestramento das tropas da 11ª Brigada de Infantaria Leve e da Escola Preparatória de Cadetes do Exército.

 

  • COUDELARIA DE CAMPOS/RJ

 

Em 1938, é inaugurado o Posto de Monta de Campos dos Goytacazes, o qual em 1939, passou a funcionar como o Depósito de Reprodutores de Campos, tendo sido posteriormente, em 1947, transformado na Coudelaria de Campos, hoje permanece no local, a 2ª Companhia de Infantaria.

 

  • COUDELARIA DE RINCÃO/ RS

 

Atualmente, a Coudelaria de Rincão é a única Organização Militar remanescente, com a missão de produzir equinos para o Exército Brasileiro.

Foi criada em 19 de agosto de 1987, com a publicação da Portaria Ministerial nº 034 – Reservada, onde o Ministro de Estado do Exército, resolve criar e organizar, com sede em São Borja, a Coudelaria de Rincão, subordinada a 3ª Região Militar, ocupando as instalações de sua unidade coirmã, o Campo de Instrução de Rincão, e ainda devendo receber o acervo e os animais da extinta Coudelaria de Campinas.

 

 

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